segunda-feira, 9 de março de 2009

Mulheres que Amam Gays

O antropólogo Roberto Albergaria sinaliza que o que se vê hoje nas grandes cidades ocidentais são habitantes das numerosas tribos urbanas experimentando mil jeitos de serem homem e mulher, mil formas de amar, desejos cada vez mais polivalentes e ambíguos. “As grandes cidades, com seus milhares de tribos, subculturas e minorias, são o cenário propício ao aparecimento dos mais variados tipos de atração entre homens e mulheres”, pontua. Ao analisar o fenômeno da multissexualidade, o antropólogo enfatiza que hoje em dia casar e ter filhos deixou de ser uma obrigação moral incontornável pelas moças de família e bons rapazes, que não mais se esforçam tanto para serem chamados de “normais.”

MULHERES LIBERADAS - “Neste novo mundo, as mulheres liberadas têm outras expectativas em relação aos homens, que hoje já não servem somente para casar e ter filhos, assumindo os papéis costumeiros de reprodutor e provedor. Na sua opinião, da mesma forma que muitas mulheres se sentem atraídas por homens que se relacionam sexualmente com homens ou afeminados, muitos homens passaram a se encantar com tipos de mulheres que se relacionam com mulheres ou masculinizadas. “É a onda das bad girls (das miseravonas, na cultura do pagode), é o furor das mulheres fálicas que abarrotam consultórios de psicanálises, das pós-modernas que são as dominadoras sexuais”, destaca o especialista, observando que a mulher que ama um gay poderia estar buscando somente um tipo menos machista do que o habitual, um homenzinho alternativo mais compreensivo em relação às sempre surpreendentes variações de humor feminino, o oposto do homenzarrão padrão, do super homem retadão. O antropólogo afirma, ainda, que como variante deste caso, há o uso do gay para fins reprodutivos, acrescentando que certas mulheres poderiam, ainda, estar buscando, ao se apaixonar por um gay ou bissexual, o desafio máximo: transformar o parceiro indiferente em desejante, o que seria uma “viagem narcísica de máxima intensidade ao tentar conquistar o coração do bonitão”.

DOMINAÇÃO VELADA - Fantasiar uma experiência de dominação, ainda que velada, seria outra explicação para o fato. Outra possibilidade levantada pelo antropólogo seria a de que a mulher estaria buscando o gozo impossível, irrealizável carnalmente, “o objeto de desejo passando a ser tão mais idealizado quanto menos palpável”, frisa. Segundo Albergaria, há a teoria defendida por muitos gays que adoram se envolver neste retorcido jogo de sedução, de que as desejantes não estariam fazendo nada mais do que recalcar o desejo que sentiriam por outra mulher.Há também que se considerar a questão do mercado de azaração. Mulheres mais velhas em nosso mundo machista tendem a ser preteridas pelas mais jovens. “Como resultado, sobram pouco homens disponíveis, pois a maior parte dos homens do seu círculo ou estão casados, ou são machões que só querem sexo de uma noite, ou solteirões cheios de manias ou, ainda gays, sobrando poucos pretendentes desejáveis. Os gays, transformados em objetos desejantes, poderiam despertar certa atração sexual”, acrescenta o antropólogo.

SEDUÇÃO DO EQUÍVOCO - A médica e psicoterapeuta Cleyde Lopes tem observado alguns casos de relacionamentos equivocados envolvendo homens e mulheres com diferentes opções sexuais. Para Lopes, uma mulher que afetivamente se envolve com gays pode ser bastante competitiva, ou quer provar o seu poder de sedução, mas o seu comportamento demonstra que está fugindo da realidade. “Elas insistem em invadir o espaço (amoroso) do outro por dificuldades em vivenciar um relacionamento maduro preferindo ficar na fantasia de modificar o comportamento do desejado, o que pode causar muito sofrimento. E enfatiza: “Em todo amor tem que haver troca. Se não, vai haver sempre uma frustração. Não vai haver realização afetiva”.

HOMENS VERSÁTEIS - Albergaria acredita que, na verdade, muitas mulheres tendem a se sentir cada vez mais atraídas, não tanto pelos gays mesmo, mas especialmente pelos homens sensíveis, os chamados metrossexuais ou versáteis ou, ainda, pelos rapazes ambíguos (aqueles que causam uma pontinha de dúvida), instigantes, misteriosos, que apimentam o teatro da vida amorosa. O antropólogo lembra que vivemos em um mundo da simulação, outra característica da pós-modernidade, em que a paixão teria muito pouco a ver com a transa sexual, “pois o prazer da sedução se bastaria a si mesmo, mundo encantado da multissexualidade, onde os rótulos fixos tendem a virar coisas do passado”.

Um comentário:

  1. Narcisista, Dominadora... X Fantasias...
    ou
    Mundo encantado... X Mil formas de amar...
    ou
    Maria Purpurina... X Alma Amiga...
    ou
    A Razão X O Afeto

    Rótulos = Teoria Mecanicista X Troca de Energia = Teoria Quântica

    Mulher que Ama GAys tem Lógica?= MAGA PATALÓGICA = MAGA PATOLÓGICA = MAGA PATA-NÃO-LÓGICA

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